Jeep Renegade nasce no Brasil em março de 2015 com DNA da Fiat
A Chrysler convidou jornalistas da China, Oriente Médio e América
Latina ao seu campo de provas em Chelsea (região localizada próxima a
Detroit, nos Estados Unidos) ,nesta quinta-feira (26), para apresentar
sua linha de modelos para 2015, incluindo aquele que já é tratado como
um dos principais lançamentos da marca desde a crise econômica de
2008/09, senão o mais importante: o SUV compacto Jeep Renegade, que
chega ao Brasil em 2015.
Ainda não há preços. Os planos, porém, são ambiciosos e envolvem:
- Presença em quatro continentes;
- Vendas em cerca de 100 mercados ao redor do planeta;
- A primeira operação da Jeep feita exclusivamente fora dos Estados Unidos;
- Fabricação em três unidades ao redor do mundo: a primeira na Europa (em Melfi, na Itália, este ano), a segunda no Brasil (
Goiana/PE, no nascer de 2015) e outra na China (2016);
- Fôlego para fazer a marca alcançar entregar
rotineiramente mais de 1 milhão de unidades anuais (marca que, aliás, já pode ser alcançada este ano).
Repare que não há menção aos Estados Unidos em qualquer um dos
tópicos acima. De fato, o Renegade não será fabricado no país da Jeep,
mas será vendido na terra do Tio Sam já a partir de janeiro. A
princípio, será importado da Itália, medida que poderá ser revista com o
tempo e que diz muito sobre a linhagem do modelo. Ainda que um
"autêntico Jeep, com toda a capacidade off-road e interior premium",
como executivos da marca repetem em ritmo de mantra, este modelo tem DNA
da Fiat.
Trata-se de um modelo construído sobre plataforma
alargada e derivada da base do familiar 500L, que por sua vez usa
elementos do Punto europeu -- mas com alguns detalhes da Alfa Romeo (há
tecnologia vinda do Giulietta, que também deu origem aos sedãs Fiat
Viaggio e Dodge Dart) -- e mecânica off-road, itens de segurança e
padrão visual de modelos da Jeep.
Eugênio Augusto Brito/UOL
Modelo será feito no Brasil, Itália e China; EUA, sede da Jeep, o importará
"Quase destruímos a marca
[Chrysler, detentora das submarcas Dodge, Ram e Jeep] no passado por não ouvirmos o público, mas mudamos este comportamento e seguimos nos mexendo", afirmou a
UOL Carros
Brad Pinter, diretor de marketing de produto da Jeep. "Com isso,
subimos da nona posição no segmento de SUVs, em 2007, para a liderança
agora". Outro executivo da marca completa o pensamento de
Pinter: "O Renegade diz muito sobre nossas ambições internacionais:
crescer não apenas nos Estados Unidos, mas como uma marca global".
Boa parte desta ambição diz respeito ao Brasil: o Renegade será visto
pela primeira vez no país durante o Salão do Automóvel de São Paulo,
entre outubro e novembro, ainda com unidades importadas. O lançamento
será feito em março de 2015, com chegada às lojas em abril, já com
unidades feitas em Pernambuco.
CRIA DE JEEP COM FIAT
Pinter definiu o Renegade como "um filhote de um cão que ainda é
engraçado e bonitinho, mas de que você sabe que será grande". "Apesar de
pequeno, ele já tem focinho pronunciado, patas grandes e muita força",
comparou o executivo. De fato, as características mais notáveis são a
frente avantajada, com amplo capô e grade frontal que lembra o formato
histórico de utilitários da marca (um quê de Wrangler, mas
principalmente do Patriot -- modelo não disponível no Brasil), caixas de
rodas musculosas, rodas com desenho robusto, volume do habitáculo em
forma de caixa e proporções mais altas e largas do que compridas,
traseira chapada, com lanternas bem destacadas.
Ainda que seja
um "autêntico Jeep, com toda a capacidade off-road e interior premium",
este modelo tem DNA da Fiat. Balanço frontal, caixa de direção, freios,
pedais, conjunto de suspensão e tração 4x4, bem como itens de segurança e
padrão visual são da Jeep. Mas os motores serão 100% Fiat.
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A Chrysler convidou jornalistas da China, Oriente Médio e América
Latina ao seu campo de provas em Chelsea (região localizada próxima a
Detroit, nos Estados Unidos) ,nesta quinta-feira (26), para apresentar
sua linha de modelos para 2015, incluindo aquele que já é tratado como
um dos principais lançamentos da marca desde a crise econômica de
2008/09, senão o mais importante: o SUV compacto Jeep Renegade, que
chega ao Brasil em 2015.
Ainda não há preços. Os planos, porém, são ambiciosos e envolvem:
- Presença em quatro continentes;
- Vendas em cerca de 100 mercados ao redor do planeta;
- A primeira operação da Jeep feita exclusivamente fora dos Estados Unidos;
- Fabricação em três unidades ao redor do mundo: a primeira na Europa (em Melfi, na Itália, este ano), a segunda no Brasil (
Goiana/PE, no nascer de 2015) e outra na China (2016);
- Fôlego para fazer a marca alcançar entregar
rotineiramente mais de 1 milhão de unidades anuais (marca que, aliás, já pode ser alcançada este ano).
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Jipinho será conhecido globalmente, pois será vendido em quatro continentes, em cerca de 100 mercados Eugênio Augusto Brito/UOL
Repare que não há menção aos Estados Unidos em qualquer um dos tópicos
acima. De fato, o Renegade não será fabricado no país da Jeep, mas será
vendido na terra do Tio Sam já a partir de janeiro. A princípio, será
importado da Itália, medida que poderá ser revista com o tempo e que diz
muito sobre a linhagem do modelo. Ainda que um "autêntico Jeep, com
toda a capacidade off-road e interior premium", como executivos da marca
repetem em ritmo de mantra, este modelo tem DNA da Fiat.
Trata-se de um modelo construído sobre plataforma alargada e derivada da
base do familiar 500L, que por sua vez usa elementos do Punto europeu
-- mas com alguns detalhes da Alfa Romeo (há tecnologia vinda do
Giulietta, que também deu origem aos sedãs Fiat Viaggio e Dodge Dart) --
e mecânica off-road, itens de segurança e padrão visual de modelos da
Jeep.
Eugênio Augusto Brito/UOL
Modelo será feito no Brasil, Itália e China; EUA, sede da Jeep, o importará
"Quase destruímos a marca
[Chrysler, detentora das submarcas Dodge, Ram e Jeep] no passado por não ouvirmos o público, mas mudamos este comportamento e seguimos nos mexendo", afirmou a
UOL Carros
Brad Pinter, diretor de marketing de produto da Jeep. "Com isso,
subimos da nona posição no segmento de SUVs, em 2007, para a liderança
agora". Outro executivo da marca completa o pensamento de
Pinter: "O Renegade diz muito sobre nossas ambições internacionais:
crescer não apenas nos Estados Unidos, mas como uma marca global".
Boa parte desta ambição diz respeito ao Brasil: o Renegade será visto
pela primeira vez no país durante o Salão do Automóvel de São Paulo,
entre outubro e novembro, ainda com unidades importadas. O lançamento
será feito em março de 2015, com chegada às lojas em abril, já com
unidades feitas em Pernambuco.
CRIA DE JEEP COM FIAT
Pinter definiu o Renegade como "um filhote de um cão que ainda é
engraçado e bonitinho, mas de que você sabe que será grande". "Apesar de
pequeno, ele já tem focinho pronunciado, patas grandes e muita força",
comparou o executivo. De fato, as características mais notáveis são a
frente avantajada, com amplo capô e grade frontal que lembra o formato
histórico de utilitários da marca (um quê de Wrangler, mas
principalmente do Patriot -- modelo não disponível no Brasil), caixas de
rodas musculosas, rodas com desenho robusto, volume do habitáculo em
forma de caixa e proporções mais altas e largas do que compridas,
traseira chapada, com lanternas bem destacadas.
Ainda que seja
um "autêntico Jeep, com toda a capacidade off-road e interior premium",
este modelo tem DNA da Fiat. Balanço frontal, caixa de direção, freios,
pedais, conjunto de suspensão e tração 4x4, bem como itens de segurança e
padrão visual são da Jeep. Mas os motores serão 100% Fiat.
Na prática, o visual externo é totalmente Jeep e fica fácil alinhar o
Renegade ao Wrangler, por exemplo. Dentro da cabine, porém, o comprador
brasileiro vai reconhecer elementos familiares: coluna de direção e
tambor de ignição são claramente do Punto (ainda que volante e comandos
sejam Jeep), o mesmo podendo ser dito de elementos no painel (saídas de
ar e arranjos de porta-objeto) e padrão/acabamento dos plásticos; altura
da base do banco, mais elevada, também é típica dos modelos fabricados
em Betim (MG). O mesmo pode ser dito da textura dos tecidos de banco,
ainda que a padronagem tenha estilo cartográfico dos Jeep.
PREMIUM COM ACABAMENTO SIMPLES
Longe de criar qualquer demérito, esta mistura de estilos vinda de
berço garante que o Renegade cumprirá sua proposta: será o modelo de
entrada da marca Jeep. com acabamento mais simples, mas ainda dentro do
estilo premium da marca; poderá ser fabricado em mercados emergentes
(Brasil e China) sem qualquer simplificação em relação ao modelo vendido
na Europa e Estados Unidos.
"A Jeep não reduz qualidade para
adequar o valor do produto ao mercado", afirmou o diretor de engenharia
Phil Jansen. "Temos o mesmo design e o mesmo padrão de acabamento ao
redor mundo, com pequenas adequações de gosto, o que quer dizer que 95%
do carro vendido no Brasil será idêntico ao Europeu e americano",
completou.
E os 5% restantes? "Detalhes de cor e calibragem típicas para as condições de ambiente do Brasil", garantiu.
Eugênio Augusto Brito/UOL
Jeep garante que o design e o padrão de acabamento será igual em todo o mundo
O QUE ELE TEM
Como a apresentação foi estritamente estática, podemos traçar apenas um
panorama sensorial do modelo. É certo que o Renegade chama a atenção
com seu estilo: traz toda a robustez de um Jeep, com estilo que se
aproxima um pouco do Mitsubishi TR4 (para usar um exemplo de SUV pequeno
com tração 4x4 e estilo "lameiro") e porte de Ford EcoSport.
São 4,23 metros de comprimento, com entre-eixos de 2,57 m. O SUV da
Ford tem 4,24 m por 2,52. Embora compacto, o Renegade só é menos
espaçoso que o Renault Duster (2,67 m de entre-eixos em 4,32 m de
comprimento). Motorista e carona viajam com muito espaço, enquanto dois
passageiros seguem bem atrás, tomando cuidado apenas para não bater a
cabeça no arco da porta.
Vantagem também no ambiente da cabine.
Apesar da semelhança com carros da Fiat em muitos aspectos, a percepção
de qualidade supera bastante a encontrada nos futuros rivais. O
acabamento Jeep aplica cores contrastantes sobre o plástico duro (mas
bem executado) e foge do padrão sóbrio (sem graça) de outros modelos.
Da mesma forma, o dono poderá dirigir o Renegade a vida toda sem
encontrar todos os detalhes visuais que remetem a outros modelos Jeep e
ao universo off-road (pequenas marcas que a Jeep chama de "easter eggs",
pois devem ser achadas como ovos de chocolate procurados por crianças
na Páscoa): são apliques alusivos ao jipe Willys no para-brisa, rodas,
interior do porta-malas e lentes de faróis e lanternas; grafismo
cartográfico em alto relevo nos porta-objetos e sob o assento do
passageiro; formato de galões de gasolina nas lanternas, desenhos de
saída de ar e formato dos painéis removíveis do teto (que em si também
remetem ao Wrangler).
Eugênio Augusto Brito/UOL
Detalhe do farol do Renegade, que carrega o logo da Jeep
Em termos de assistência ao condutor, tudo é herdado dos irmãos maiores
da Jeep: seleção de tração Active Drive (nas versões 4x4) com reduzida,
central multimídia com conexões Bluetooth, USB, auxiliar e comando por
voz e painel de instrumentos com tela central digital e colorida.
A motorização também trará inovações. Globalmente, serão cinco motores
(1.4 Multiair turbo de 162 cavalos, 1.8 E-torq europeu aspirado de 134
cv e 2.4 Multiair turbo de 172 cv, todos a gasolina, além de 1.6 diesel
de 120 cv e 2.0 diesel de 172 cv) e quatro opções de câmbio (cinco e
seis marchas manual, seis marchas automatizado com dupla embreagem e
nove marchas automático.
Para o Brasil, está confirmado o 2.0 diesel 4x4 para aplicações mais robustas, com câmbio manual de seis marchas.
UOL Carros
aposta ainda em versões 4x2 de entrada com motor E-torq nacional (flex)
e câmbio de cinco marchas. É bastante inviável acreditar na chegada da
versão com motor 2.4 Multiair (Tigershark), o mais avançado da linha
Fiat-Chrysler atual, bem como no uso do câmbio automatizado. O
automático deve ficar para uma segunda etapa. Mas você, leitor, também
pode fazer sua aposta no campo de comentários. A resposta virá em já no
salão.