domingo, 16 de novembro de 2014

Fiat 500X e suas caracteristicas

Fiat 500X e Jeep Renegade brilham em Paris; Brasil terá apenas o segundo

Fiat diz que 500X é parente do 500, mas franceses dizem que lembra um Mini
  • Fiat diz que 500X é parente do 500, mas franceses dizem que lembra um Mini
A Fiat-Chrysler (FCA) está badalada no Salão de Paris. Apesar da eficiência quase infinita dos franceses, da linha global da Ford e das novidades apimentadas de alemãs como Audi e Mercedes-Benz, boa parte da imprensa e público franceses queriam saber o que a nova gigante continental planejava para o mercado automotivo global. Fato é que a FCA uniu os estandes das duas marcas em um T gigante dentro do Pavilhão 1 do Expo Porte de Versailles (mesmo endereço das francesas e da Ford), deixando as marcas auxiliares, de Lancia a Ferrari, como satélites.
No centro de cada espaço, uma única atração, que na verdade são duas variantes do mesmo produto, cada uma desenvolvida para agradar a um tipo de consumidor. A Fiat finalmente revelou o 500X, seu primeiro utilitário esportivo compacto de fato. Na Jeep, a estrela era o Renegade europeu, que já havia sido mostrado no Salão de Genebra, em março, mas que só agora chega às lojas do continente.
Ambos usam a mesma plataforma, dividem a linha de produção em Melfi (Itália) e compartilham de componentes eletrônicos a trens-de-força. O 500X substitui o hatch aventureiro Fiat Sedici (que no Brasil é vendido como Suzuki SX4) com predicados como porte realmente elevado, 4,25 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,60 m de altura e 2,57 m de entre-eixos. O porta-malas tem 350 litros.

Apesar de a Fiat colocá-lo na mesma família do pequenino Cinquecento (com direito a propaganda machista, bem italiana, em que mostra que o compacto tomou viagra para ficar fortão) a comparação correta seria com o Punto europeu, que usa a mesma plataforma SCCS, ainda que com desenvolvimentos diferentes. Curiosamente, a plataforma também está sendo usada pela rival Opel no novíssimo Corsa. A mídia francesa foi além e fez piadinha ao dizer que o 500X lembra o inglês Mini Cooper, por conta dos faróis ovalados tamanho GG e das lanternas verticalizadas. Pior é que parece mesmo...
No total, são três opções de motor a gasolina de 120 cv a 140 cv de potência (no futuro, haverá mais três opções a gasolina e outras duas a diesel), câmbio manual de seis marchas ou automático de nove, opção de tração dianteira ou integral, rodas de 16, 17 ou 18 polegadas e um total de 12 diferentes acabamentos. Nenhum preço foi divulgado, entretanto.


Jeito quadradão, com melhores ângulos de ataque e saída, maior altura do solo e capacidade off-road dão outro caráter ao Renegade
Com Renegade, a coisa muda de figura. Quadradão e exibindo traços que remetem ao americanaço jipe Willys-Overland de 1941, tem tamanho ligeiramente menor (por ter extremidades perpendiculares, nada alongadas como no 500X), de 4,23 m de comprimento, o mesmo 1,80 m de largura, mas 1,68 m de altura (8 cm a mais). O espaço interno é idêntico, de 2,57 m, mas o Jeep abusa do conforto com bancos mais envolventes e plásticos de qualidade superior, além de mimos que parecem bobos, como desenhos em alto relevo e volante similar ao do Grand Cherokee, mas que reforçam o fato de você estar dentro de um Jeep e toda sua tradição off-road. O 500X não tem acabamento ruim, mas falta este "carinho" -- porém, o fato de os bancos serem mais finos gera o efeito colateral vantajoso de abrir mais espaço para os joelhos de quem viaja atrás, ainda que o conforto caia em longas viagens.

"Serão compradores de perfis diferentes", explicou um executivo de vendas da Jeep que pediu para não ser identificado. "O 500X será urbano, para famílias que querem um modelo de maior porte com capacidade de escapar para o interior nos finais de semana". E o Renegade? "Este é um Jeep, e quem o comprar sabe que vai poder colocá-lo na lama, fazer a trilha off-road sem medo e participar de todo o universo aventureiro que fez história", disse.
Preço já há para o europeu que quiser entrar neste clube lameiro: de 18.950 a 35.200 euros (algo entre R$ 57.900 e R$ 108 mil, sem impostos e taxas de importação). Executivos italianos e brasileiros da Fiat voltaram a descartar a importação ou mesmo a fabricação do 500X no Brasil. Já o Renegade será o primeiro produto a sair da fábrida da FCA em Goiana (PE), no primeiro trimestre de 2015. O argumento é que o modelo Jeep tem maior abrangência de mercado que o crossover da Fiat.


Jeep Renegade e suas caracteristicas

Jeep Renegade nasce no Brasil em março de 2015 com DNA da Fiat

A Chrysler convidou jornalistas da China, Oriente Médio e América Latina ao seu campo de provas em Chelsea (região localizada próxima a Detroit, nos Estados Unidos) ,nesta quinta-feira (26), para apresentar sua linha de modelos para 2015, incluindo aquele que já é tratado como um dos principais lançamentos da marca desde a crise econômica de 2008/09, senão o mais importante: o SUV compacto Jeep Renegade, que chega ao Brasil em 2015.
Ainda não há preços. Os planos, porém, são ambiciosos e envolvem:
- Presença em quatro continentes;
- Vendas em cerca de 100 mercados ao redor do planeta;
- A primeira operação da Jeep feita exclusivamente fora dos Estados Unidos;
- Fabricação em três unidades ao redor do mundo: a primeira na Europa (em Melfi, na Itália, este ano), a segunda no Brasil (Goiana/PE, no nascer de 2015) e outra na China (2016);
- Fôlego para fazer a marca alcançar entregar rotineiramente mais de 1 milhão de unidades anuais (marca que, aliás, já pode ser alcançada este ano).

Repare que não há menção aos Estados Unidos em qualquer um dos tópicos acima. De fato, o Renegade não será fabricado no país da Jeep, mas será vendido na terra do Tio Sam já a partir de janeiro. A princípio, será importado da Itália, medida que poderá ser revista com o tempo e que diz muito sobre a linhagem do modelo. Ainda que um "autêntico Jeep, com toda a capacidade off-road e interior premium", como executivos da marca repetem em ritmo de mantra, este modelo tem DNA da Fiat.
Trata-se de um modelo construído sobre plataforma alargada e derivada da base do familiar 500L, que por sua vez usa elementos do Punto europeu -- mas com alguns detalhes da Alfa Romeo (há tecnologia vinda do Giulietta, que também deu origem aos sedãs Fiat Viaggio e Dodge Dart) -- e mecânica off-road, itens de segurança e padrão visual de modelos da Jeep.
Eugênio Augusto Brito/UOL
Modelo será feito no Brasil, Itália e China; EUA, sede da Jeep, o importará
"Quase destruímos a marca [Chrysler, detentora das submarcas Dodge, Ram e Jeep] no passado por não ouvirmos o público, mas mudamos este comportamento e seguimos nos mexendo", afirmou a UOL Carros Brad Pinter, diretor de marketing de produto da Jeep. "Com isso, subimos da nona posição no segmento de SUVs, em 2007, para a liderança agora".  Outro executivo da marca completa o pensamento de Pinter: "O Renegade diz muito sobre nossas ambições internacionais: crescer não apenas nos Estados Unidos, mas como uma marca global".
Boa parte desta ambição diz respeito ao Brasil: o Renegade será visto pela primeira vez no país durante o Salão do Automóvel de São Paulo, entre outubro e novembro, ainda com unidades importadas. O lançamento será feito em março de 2015, com chegada às lojas em abril, já com unidades feitas em Pernambuco.
CRIA DE JEEP COM FIAT
Pinter definiu o Renegade como "um filhote de um cão que ainda é engraçado e bonitinho, mas de que você sabe que será grande". "Apesar de pequeno, ele já tem focinho pronunciado, patas grandes e muita força", comparou o executivo. De fato, as características mais notáveis são a frente avantajada, com amplo capô e grade frontal que lembra o formato histórico de utilitários da marca (um quê de Wrangler, mas principalmente do Patriot -- modelo não disponível no Brasil), caixas de rodas musculosas, rodas com desenho robusto, volume do habitáculo em forma de caixa e proporções mais altas e largas do que compridas, traseira chapada, com lanternas bem destacadas.
Ainda que seja um "autêntico Jeep, com toda a capacidade off-road e interior premium", este modelo tem DNA da Fiat. Balanço frontal, caixa de direção, freios, pedais, conjunto de suspensão e tração 4x4, bem como itens de segurança e padrão visual são da Jeep. Mas os motores serão 100% Fiat.

Eugênio Augusto Brito
Do UOL, em Ann Arbor (EUA)
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A Chrysler convidou jornalistas da China, Oriente Médio e América Latina ao seu campo de provas em Chelsea (região localizada próxima a Detroit, nos Estados Unidos) ,nesta quinta-feira (26), para apresentar sua linha de modelos para 2015, incluindo aquele que já é tratado como um dos principais lançamentos da marca desde a crise econômica de 2008/09, senão o mais importante: o SUV compacto Jeep Renegade, que chega ao Brasil em 2015.
Ainda não há preços. Os planos, porém, são ambiciosos e envolvem:
- Presença em quatro continentes;
- Vendas em cerca de 100 mercados ao redor do planeta;
- A primeira operação da Jeep feita exclusivamente fora dos Estados Unidos;
- Fabricação em três unidades ao redor do mundo: a primeira na Europa (em Melfi, na Itália, este ano), a segunda no Brasil (Goiana/PE, no nascer de 2015) e outra na China (2016);
- Fôlego para fazer a marca alcançar entregar rotineiramente mais de 1 milhão de unidades anuais (marca que, aliás, já pode ser alcançada este ano).

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Jipinho será conhecido globalmente, pois será vendido em quatro continentes, em cerca de 100 mercados Eugênio Augusto Brito/UOL
Repare que não há menção aos Estados Unidos em qualquer um dos tópicos acima. De fato, o Renegade não será fabricado no país da Jeep, mas será vendido na terra do Tio Sam já a partir de janeiro. A princípio, será importado da Itália, medida que poderá ser revista com o tempo e que diz muito sobre a linhagem do modelo. Ainda que um "autêntico Jeep, com toda a capacidade off-road e interior premium", como executivos da marca repetem em ritmo de mantra, este modelo tem DNA da Fiat.
Trata-se de um modelo construído sobre plataforma alargada e derivada da base do familiar 500L, que por sua vez usa elementos do Punto europeu -- mas com alguns detalhes da Alfa Romeo (há tecnologia vinda do Giulietta, que também deu origem aos sedãs Fiat Viaggio e Dodge Dart) -- e mecânica off-road, itens de segurança e padrão visual de modelos da Jeep.
Eugênio Augusto Brito/UOL
Modelo será feito no Brasil, Itália e China; EUA, sede da Jeep, o importará
"Quase destruímos a marca [Chrysler, detentora das submarcas Dodge, Ram e Jeep] no passado por não ouvirmos o público, mas mudamos este comportamento e seguimos nos mexendo", afirmou a UOL Carros Brad Pinter, diretor de marketing de produto da Jeep. "Com isso, subimos da nona posição no segmento de SUVs, em 2007, para a liderança agora".  Outro executivo da marca completa o pensamento de Pinter: "O Renegade diz muito sobre nossas ambições internacionais: crescer não apenas nos Estados Unidos, mas como uma marca global".
Boa parte desta ambição diz respeito ao Brasil: o Renegade será visto pela primeira vez no país durante o Salão do Automóvel de São Paulo, entre outubro e novembro, ainda com unidades importadas. O lançamento será feito em março de 2015, com chegada às lojas em abril, já com unidades feitas em Pernambuco.
CRIA DE JEEP COM FIAT
Pinter definiu o Renegade como "um filhote de um cão que ainda é engraçado e bonitinho, mas de que você sabe que será grande". "Apesar de pequeno, ele já tem focinho pronunciado, patas grandes e muita força", comparou o executivo. De fato, as características mais notáveis são a frente avantajada, com amplo capô e grade frontal que lembra o formato histórico de utilitários da marca (um quê de Wrangler, mas principalmente do Patriot -- modelo não disponível no Brasil), caixas de rodas musculosas, rodas com desenho robusto, volume do habitáculo em forma de caixa e proporções mais altas e largas do que compridas, traseira chapada, com lanternas bem destacadas.
Ainda que seja um "autêntico Jeep, com toda a capacidade off-road e interior premium", este modelo tem DNA da Fiat. Balanço frontal, caixa de direção, freios, pedais, conjunto de suspensão e tração 4x4, bem como itens de segurança e padrão visual são da Jeep. Mas os motores serão 100% Fiat.

Na prática, o visual externo é totalmente Jeep e fica fácil alinhar o Renegade ao Wrangler, por exemplo. Dentro da cabine, porém, o comprador brasileiro vai reconhecer elementos familiares: coluna de direção e tambor de ignição são claramente do Punto (ainda que volante e comandos sejam Jeep), o mesmo podendo ser dito de elementos no painel (saídas de ar e arranjos de porta-objeto) e padrão/acabamento dos plásticos; altura da base do banco, mais elevada, também é típica dos modelos fabricados em Betim (MG). O mesmo pode ser dito da textura dos tecidos de banco, ainda que a padronagem tenha estilo cartográfico dos Jeep.
PREMIUM COM ACABAMENTO SIMPLES
Longe de criar qualquer demérito, esta mistura de estilos vinda de berço garante que o Renegade cumprirá sua proposta: será o modelo de entrada da marca Jeep. com acabamento mais simples, mas ainda dentro do estilo premium da marca; poderá ser fabricado em mercados emergentes (Brasil e China) sem qualquer simplificação em relação ao modelo vendido na Europa e Estados Unidos.
"A Jeep não reduz qualidade para adequar o valor do produto ao mercado", afirmou o diretor de engenharia Phil Jansen. "Temos o mesmo design e o mesmo padrão de acabamento ao redor mundo, com pequenas adequações de gosto, o que quer dizer que 95% do carro vendido no Brasil será idêntico ao Europeu e americano", completou.
E os 5% restantes? "Detalhes de cor e calibragem típicas para as condições de ambiente do Brasil", garantiu.
Eugênio Augusto Brito/UOL
Jeep garante que o design e o padrão de acabamento será igual em todo o mundo
O QUE ELE TEM
Como a apresentação foi estritamente estática, podemos traçar apenas um panorama sensorial do modelo. É certo que o Renegade chama a atenção com seu estilo: traz toda a robustez de um Jeep, com estilo que se aproxima um pouco do Mitsubishi TR4 (para usar um exemplo de SUV pequeno com tração 4x4 e estilo "lameiro") e porte de Ford EcoSport. São 4,23 metros de comprimento, com entre-eixos de 2,57 m. O SUV da Ford tem 4,24 m por 2,52. Embora compacto, o Renegade só é menos espaçoso que o Renault Duster (2,67 m de entre-eixos em 4,32 m de comprimento). Motorista e carona viajam com muito espaço, enquanto dois passageiros seguem bem atrás, tomando cuidado apenas para não bater a cabeça no arco da porta.

Vantagem também no ambiente da cabine. Apesar da semelhança com carros da Fiat em muitos aspectos, a percepção de qualidade supera bastante a encontrada nos futuros rivais. O acabamento Jeep aplica cores contrastantes sobre o plástico duro (mas bem executado) e foge do padrão sóbrio (sem graça) de outros modelos.

Da mesma forma, o dono poderá dirigir o Renegade a vida toda sem encontrar todos os detalhes visuais que remetem a outros modelos Jeep e ao universo off-road (pequenas marcas que a Jeep chama de "easter eggs", pois devem ser achadas como ovos de chocolate procurados por crianças na Páscoa): são apliques alusivos ao jipe Willys no para-brisa, rodas, interior do porta-malas e lentes de faróis e lanternas; grafismo cartográfico em alto relevo nos porta-objetos e sob o assento do passageiro; formato de galões de gasolina nas lanternas, desenhos de saída de ar e formato dos painéis removíveis do teto (que em si também remetem ao Wrangler).
Eugênio Augusto Brito/UOL
Detalhe do farol do Renegade, que carrega o logo da Jeep
Em termos de assistência ao condutor, tudo é herdado dos irmãos maiores da Jeep: seleção de tração Active Drive (nas versões 4x4) com reduzida, central multimídia com conexões Bluetooth, USB, auxiliar e comando por voz e painel de instrumentos com tela central digital e colorida.

A motorização também trará inovações. Globalmente, serão cinco motores (1.4 Multiair turbo de 162 cavalos, 1.8 E-torq europeu aspirado de 134 cv e 2.4 Multiair turbo de 172 cv, todos a gasolina, além de 1.6 diesel de 120 cv e 2.0 diesel de 172 cv) e quatro opções de câmbio (cinco e seis marchas manual, seis marchas automatizado com dupla embreagem e nove marchas automático.

Para o Brasil, está confirmado o 2.0 diesel 4x4 para aplicações mais robustas, com câmbio manual de seis marchas. UOL Carros aposta ainda em versões 4x2 de entrada com motor E-torq nacional (flex) e câmbio de cinco marchas. É bastante inviável acreditar na chegada da versão com motor 2.4 Multiair (Tigershark), o mais avançado da linha Fiat-Chrysler atual, bem como no uso do câmbio automatizado. O automático deve ficar para uma segunda etapa. Mas você, leitor, também pode fazer sua aposta no campo de comentários. A resposta virá em já no salão.

Peugeot 2008 e suas caracteristicas

Peugeot 2008 1.6 VTi
Ele tem produção garantida no Brasil e mostra aptidão para brincar de off-road
 
A produção do 208 no Brasil trouxe na bagagem outra vantagem ao mercado: como usa a mesma base do hatch, o SUV compacto 2008 será montado na fábrica de Porto Real (RJ) a partir do ano que vem, para concorrer com Ford EcoSport, Renault Duster e, no futuro, o Renault Captur. Aliás, a receita da Peugeot para criar seu novo 2008 não é diferente do que fez a Renault com o Captur (que também dirigimos nesta edição, na pág. 58). A altura do solo cresceu em 2,5 cm em relação ao 208, o que permite abordar com confiança asfalto acidentado ou estradas de terra leve.

Tal como o 208, este pequeno SUV é mais compacto: dispõe de menos 4 cm em comprimento do que o Captur e o Nissan Juke (que usam a mesma base rolante) e é 9 cm mais curto que o Chevrolet Tracker/Trax. Mas, em relação ao hatch que lhe dá origem, acrescenta 20 cm em comprimento e 10 cm em altura, enquanto mantém a largura inalterada. Essas medidas são fundamentais para criar a silhueta da moda e também estão na origem do aumento da capacidade do porta-bagagens, que supera em 19 litros o do 208 (passou de 319 para 338 litros) e em 39 litros o compartimento de carga do Captur.

Olhamos o 2008 e torna-se logo evidente que seu design é mais conservador e menos inspirado que o do Captur. Bastava contabilizar as cabeças que viravam ao passarmos nas ruas: mal dava para contá-las quando rodávamos com o Captur, enquanto no Peugeot poucas pessoas ao menos percebiam que se tratava de um carro novo, já que na parte dianteira ele é muito próximo dos outros modelos Peugeot. Sem o fator "uau" (muito importante neste segmento), o 2008 responde, porém, com outros argumentos.

A começar dos materiais utilizados no painel, com uma faixa transversal de revestimento suave e, no seu conjunto, melhores acabamentos e ligações mais sólidas entre as peças. Depois, voltamos a encontrar o minivolante que estreou no 208, que gera reações polarizantes - ou se adora por ser muito simples de manusear, ou se detesta por, em alguns casos, obstruir boa parte da instrumentação.

A altura é suficiente para quem tem até 1,85 metro, mas, se for necessário levar com frequência alguém maior, desaconselhamos a escolha do opcional teto panorâmico, que rouba centímetros preciosos no espaço para a cabeça. Comparado ao Captur, o banco traseiro perde ao não permitir regulagem da posição longitudinal, para aumentar o porta-malas ou o espaço das pernas. Mas ganha no encosto, que rebate ao mesmo tempo que os assentos descem, criando uma plataforma de carga totalmente plana.

Na cabine, agrada a posição de dirigir mais elevada que no 208, a nova alavanca do freio de mão de design estilizado e o efeito de anfiteatro gerado pelo banco traseiro mais alto que os dianteiros.

Tal como plataforma, entre-eixos e arquitetura de suspensões, também a linha de motores é a mesma da linha 208. Em nosso test-drive na Alsácia, na França, dirigimos o 1.6 VTi de 120 cv, que se mostrou muito suave e progressivo desde as médias rotações, em parte porque o peso do 2008 é baixo, com 1 080 kg. O câmbio é rápido, mas poderia ser um pouco mais preciso, ao passo que o funcionamento da direção assegura a diversão ao volante.

Se há parâmetro em que o 2008 se destaca da concorrência direta, é no conjunto chassi/transmissão. O trabalho para endurecer as molas e os amortecedores foi feliz, pois o 2008 tem um comportamento muito firme em curvas, sem inclinações excessivas da carroceria, quase como se fosse um hatch, num comportamento muito semelhante ao do Renault. O diferencial está no controle de aderência, que é de série só nas versões topo de linha. Ele muda a personalidade do 2008, que deixa de ser um carro urbano para ganhar atributos de off-road moderado. O dispositivo aumenta a tração em terrenos de baixa aderência, adaptando o controle de tração e variando a distribuição de torque entre as rodas dianteiras, dentro de cinco ajustes: normal, neve, lama, areia e ESP desligado. O sistema implica sempre a opção pelo pneus do tipo lama/neve.

Em nossa avaliação, o conjunto permitiu que o 2008 passasse por terrenos contraindicados a veículos 4x2 e, nos trechos com muita lama ou mesmo água e areia, ele continuava a atravessar os obstáculos tranquilamente. Mas gostaríamos de ter experimentado o recurso sem o pneu lameiro, para saber de quem é o maior mérito. O recurso é idêntico ao do 3008 e flexibiliza muito o funcionamento do eixo dianteiro: em asfalto, intervém logo que sente que existe perda de tração, travando a roda que gira em falso. Na neve, as rodas podem patinar, mas é limitado o giro do motor, para não interromper o avanço do carro, aproveitando sua inércia, mas sem que as rotações excessivas provoquem instabilidade. Dirão os puristas que esse tipo de pneu pode prejudicar as frenagens em asfalto e limitar a aderência. Porém, em nosso test-drive, não sentimos grandes diferenças. Contudo, a marca admite que sua durabilidade é cerca de 15% mais curta que a dos pneus normais.

Em suma, a Peugeot desistiu de fazer uma perua 208 para mirar no segmento da moda. O 2008 é estilisticamente discreto, mas oferece mais qualidade no interior, funcionalidade equivalente, mais volume no porta-malas e uma condução até divertida. E ainda supera seus concorrentes quando precisa encarar um pouco de terra e lama.


VEREDICTO

Produzido no Brasil e compartilhando o ótimo conjunto do 208, o 2008 não terá problemas para cativar quem procura um SUV compacto que agrade no asfalto e na terra.
 
Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V, inj. multiponto
Cilindrada: 1 598 cm³
Diâmetro x curso: 77 x 85,8 mm
Taxa de compressão: 11,0:1
Potência: Potência:120 cv a 6 000 rpm
Potência específica: 16,3 mkgf a 4 250 rpm
Torque: manual, 5 marchas, tração dianteira
Dimensões: largura, 174 cm; comprimento, 416 cm; altura, 156 cm; entre-eixos, 254 cm
Peso: 1 080 kg
Porta-malas/caçamba: {porta-malas}
Tanque: 50 litros
Suspensão dianteira: MacPherson
Suspensão traseira: eixo de torção
Freios: {freios}
Direção: pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Pneus: 205/66 R16
0 a 100 km/h: 9,5 segundos
Velocidade máxima: 196 km/h
 

Peugeot 301 e suas caracteristicas

A Peugeot só fala no lançamento do SUV compacto 2008, previsto para o começo de 2015, mas há um outro modelo, talvez até mais importante, aguardando sua vez na fábrica de Porto Real (RJ). Trata-se do sedã 301, cuja proposta é a mesma de Renault Logan, Chevrolet Cobalt, Fiat Grand Siena e Nissan Versa: oferecer espaço de médio a preço (mais ou menos) de compacto (leia-se, entre R$ 35 mil e R$ 45 mil).

O 301 já existe. Ele é construído sobre a mesma plataforma do 208, fabricado localmente pela Peugeot e sucesso de público e vendas. O 2008 usará essa mesma base estrutural.

Com 4,44 metros de comprimento, o 301 tem abundante entre-eixos de 2,65 m e um porta-malas quase surreal, de 640 litros (a média é de 500 litros). Há três opções de motor: 1.2 e 1.6 a gasolina (o segundo pode ser gerenciado por câmbio automático) e 1.2 a diesel, com potências de 72 cv, 115 cv e 92 cv, respectivamente. O sedã já é vendido em países periféricos, como o Irã (onde a marca do leão é dominante), e promissores, como a China; e em breve chegará, via importação a partir da Espanha, à Argentina.

Este último parece um arranjo estranho, já que a PSA Peugeot Citroën tem fábrica própria em terras portenhas -- mas lá são produzidos apenas carros médios (408, C4 Lounge). A "maternidade" dos compactos do grupo é mesmo Porto Real.

  • Divulgação Peugeot 301: dianteira de 508, roda de 207, porta-malas de 640 litros: espere mais 2 anos
Conversas de bastidores insinuam uma necessidade estratégica de a Peugeot fabricar o 301 por aqui. Em permanente crise na Europa, as esperanças da marca francesa concentram-se na China, na Índia e, em menor escala, no Brasil. São países que podem garantir um aumento de rentabilidade crucial para a sobrevivência da empresa -- mas oferecendo como pratos principais em nosso país apenas 208 (o carro da "virada", segundo a marca), 308 e, em 2015, o 2008, talvez não dê para chegar lá.

UOL Carros apurou que a fabricação do 301 em Porto Real é vista como um passo natural para a Peugeot. Não só pela razão descrita acima, mas também porque o modelo que a marca possui para atender à demanda por sedãs compactos, o 207 Sedan, está perto de encerrar sua vida útil. Em outros tempos, executivos de alto calibre da marca francesa já deram de ombros a questionamentos sobre o futuro do três-volumes (a última vez foi no lançamento do 208, há alguns meses). "Por que mexer com um carro que ainda vende sem fazermos propaganda dele?"

Bem, ele ainda vende, mas cada vez menos. Em outubro o 207 Sedan emplacou irrelevantes 235 unidades. No acumulado do ano, foram 4.059, de acordo com a Fenabrave. Qualquer propaganda espontânea em torno do sedã já acabou há muito tempo. A tendência é o carro apagar-se aos poucos -- até porque a concorrência ocupou o vácuo no sub-segmento (o Cobalt, um dos inimigos a serem batidos, vendeu 13 vezes mais este ano).

O C-Elysée, variação da Citroën para o 301, não será vendido no Brasil porque ela é a marca da PSA que precisa manter imagem premium. Ou seja, até mesmo "em casa" o caminho está aberto para o 301. Aguardemos -- mas a aposta de UOL Carros é a de que em 2015 ou 2016, após resolver-se a vida do 2008, esse modelo será fabricado e vendido no Brasil.

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~Christian Gardesani

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