Até 2010, o esportivo Chevrolet Camaro vivia no Brasil da fama transportada de filmes e revistas estrangeiras. A partir daquele ano, com a importação oficial pela General Motors, o cupê esportivo ficou popular, no sentido mais correto da palavra: sempre foi caro, cobrando mais de R$ 180 mil para entrar na garagem do comprador, mas era visível e estava no imaginário de todos, adultos e crianças. Em outubro de 2010, foi apresentada a reestilização do modelo e na terça-feira (11), exatos oito meses depois, é a vez da primeira leva da configuração conversível desembarcar no país por esforço da marca.
Chamado simplesmente de Camaro SS Conversível, o modelo chega importado do Canadá como parte da linha 2014 com preço base de R$ 239.900 -- o cupê começa em R$ 222.096 -- e já está disponível nos concessionários da marca, mesmo com a concorrência da Copa.
E se o Camaro de 2010 fez sua fama na simplicidade de formas retrô e do gosto sertanejo -- quem não lembra do hit "Camaro Amarelo"? --, o modelo 2014 sem teto rígido usa a tecnologia mais avançada da GM, ainda que pareça ter aspectos extraídos da primeira geração, aquela de 1969.
Exemplos máximos do auge eletrônico são os auxiliares ao condutor. O head-up display (HUD) é um visor projetado no para-brisa inspirado em tecnologia de aviões de caça desenvolvida entre os anos 1960 e 1970. Presente no Camaro desde o modelo 2010, era simplista com seu tom verde e praticamente uma única função útil (velocidade e indicador de marcha); agora, temos quase um segundo painel refletido no para-brisa, com cores e mais telas -- velocímetro e contagiros; velocidade e momento ideal da troca de marcha; velocidade e música tocada no sistema multimídia... há diversas opções para definição ao gosto do condutor, seguindo o mesmo padrão da tela (também colorida) do computador de bordo. Tudo para que o motorista não tire os olhos da estrada ao dirigir.
Há também a evolução do sistema MyLink, disponível desde o compacto Onix, mas que chega ao auge: a precisão da tela sensível ao toque é digna de carro alemão, ao passo em que o mecanismo ainda é baseado na interação sem fio (por Bluetooth) com smartphone do condutor e com reconhecimento de voz.
Também de ponta, segundo a GM, é a tecnologia que transforma o motorzão Small Block V8 de 6,2 litros em algo... quase comum. Em seu funcionamento padrão, temos a força dos 406 cv de potência (a 5.900 rpm) com empurrão descomunal do torque de 56,69 kgfm (a 4.600 rpm). Porém, ao embalar e atingir a velocidade cruzeiro, parte dos oito cilindros é desativada e o Camaro pode atuar, por exemplo, como um Cruze (que tem motor de quatro cilindros) para poupar combustível.
Por fim, do topo da Chevrolet -- leia-se Corvette -- vem a capota de lona com revestimento acústico e vidro traseiro com desembaçador, que faz -- veja só -- do Camaro um esportivo sem teto à moda antiga, mas com tecnologia do século 21.
Por ora, chega em quatro cores (amarelo, branco, cinza e preto) e com volume esperado de até 100 unidades ao ano.